terça-feira, 22 de janeiro de 2013

SLACKLINE SOBRE MONTANHAS



 

                        A arte do equilíbrio

 
O equilíbrio é essencial para nossas vidas. A Terra se move em uma órbita determinada em torno do sol e a lua gira ao redor da Terra. Correntes oceânicas e tempestades se movem sobre o nosso planeta. As estações mudam como a Terra viajando ao redor do sol. Sejam montanhas ou vales, desertos ou oceanos, na natureza tudo está perfeitamente relacionado, conectado, e nós, como seres humanos, somos parte dela.


Atualmente tudo está banalizado, muitas coisas que são normais para nós, não deveriam ser, estamos perdendo nossa identidade. A humanidade está desenvolvendo novos modos de vida, que parecem nos afastar da vida natural. Por isso, é de extrema importância o contato com as nossas raízes para que possamos reestabelecer um diálogo entre o nosso corpo, nossa mente e a natureza.
A ideia de equilíbrio é firmemente ancorada em diferentes culturas. Mesmo na antiga Grécia e Roma esta arte já era praticada. Naquela época, a prática de diferentes tipos de equilíbrio sobre cordas finas já existia, incluindo movimentos de dança e rotinas teatrais.
Há também registros da Idade Média. Acrobatas se equilibrando em cordas eram o centro das atenções em festivais e shows. No século 19, grandes artistas como Blondin e Farini ficaram mundialmente famosos pelo equilíbrio nas cordas. Várias manobras foram feitas em uma corda estendida nas Cataratas do Niágara. Em muitos lugares da Ásia equilibrar-se numa corda é uma rica tradição cultural. Na Coréia, a Jultagi, uma forma de contar histórias por acrobatas em uma corda, foi incluída no patrimônio cultural histórico protegido pelo governo.
Nas primeiras horas do dia 07 de agosto de 1974, Philippe Petit (foto abaixo) colocou uma corda bamba entre as Torres Gêmeas do finado World Trade Center em Nova York, deixando impressionada uma multidão de pessoas por andar durante uma hora sobre a cidade ao amanhecer. A polícia o prendeu por causa desta ação não autorizada, e como castigo Philippe teve que fazer uma performance para algumas crianças no Central Park.

Todos esses exemplos caracterizam o fascínio pelo inusitado. Um ato de equilíbrio em uma corda parece ultrapassar os limites do humanamente possível. Através de muita determinação, dedicação e coragem um sonho pode se tornar realidade.
Estes acrobatas das cordas foram uma fonte de inspiração para os pioneiros do Slacklining. Mas a história do esporte começa em outro lugar:
No início dos anos 80, um grupo de jovens escaladores que estava hospedado em um camping no vale de Yosemite começou a se equilibrar em correntes, cordas e grades. Para alguns deles, uma nova paixão nasceu.
Adam Grosowsky e Jeff Ellington foram os primeiros a apreciar as maravilhosas qualidades da corda de nylon tubular para fins de equilíbrio. Em contraste com o equilíbrio de costume na corda de aço ou de cânhamo a de nylon oferece muito mais elasticidade, é mais leve e muito melhor para andar. Jeff e Adam elevaram o esporte para outro nível, realizando uma série de novos movimentos na corda e serviram de inspiração para outros slackliners.

Adam e Jeff também deram início ao desafio das alturas quando em 1983 decidiram atravessar um vale de um lado a outro através de uma corda em um vão. A ideia deles levou o jovem Scott Balcom, depois de uma tentativa fracassada em 1984, comemorar a primeira travessia completa de Highline em 1985. O Slackline, usado primeiramente como brincadeira e treinamento para moldar o equilíbrio e a coordenação teve seu significado transformado, rompendo barreiras psicológicas e ganhando um novo sentido de liberdade.
Darrin Carter, inspirado nas primeiras tentativas de Scott aperfeiçoou o esporte no início dos anos 90, amadurecendo a prática do Highline. A base para esta nova dimensão foram incontáveis ​​horas de treinos em Slacklines “normais”.

Darrin encantou a uma nova geração de slackliners. O Slackline se firmou com Dean Potter, Snyder e Shawn Mayfield Braden na cena da escalada norte-americana e ganhou uma forte ressonância na mídia.
No início do novo milênio, o Slackline cada vez mais foi visto em terras européias, e desde o primeiro Festival Europeu de Slackline 2006 em Scharnitz, Áustria, a corda de nylon experimenta um verdadeiro boom na Alemanha, Noruega, República Tcheca e Polônia.
Com o Slackline já emancipado, cada vez mais um maior número de pessoas entra na linha: São skatistas, surfistas, snowboarders, esquiadores, que além da diversão, se utilizam do esporte para ganhar maior equilíbrio e fortalecimento muscular. Além disso, andar sobre a corda de nylon possui outras aplicações futuras que incluem fisioterapia e pedagogia.
Acompanhando a popularização do esporte está a maior diversidade na prática de Slacklining: Sequencias de movimento artístico é um tema-chave do Tricklining. O comprimento é o desafio para o Longlining. Equilibrio sobre lagos e rios é o objetivo a ser atingido no Waterlining. Os perigos da Highlining centralizam a relação com os medos internos. A cidade se torna um playground do equilíbrio no espaço urbano.

O fascínio pelo Slackline é alimentado pelo movimento na natureza, a recreação ativa, a capacidade de aprendizagem motora e a reunião com pessoas de mente aberta.
Equilibrando-se sobre uma corda temos a oportunidade de focar nossa atenção por um momento para a harmonia do ser e pelas belezas nativas.
Os praticantes de Slackline são os atuais responsáveis por escrever um novo capítulo na longa história da arte do equilíbrio.

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